Gaeco aponta Alves e Takahashi como chefes de quadrilha
Lino Ramos
Bicho-Pau
O promotor Leandro Antunes e o delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apresentaram nesta sexta-feira (9) os detalhes da Operação ZR3, que desmantelou uma quadrilha especializada em mudar o zoneamento da cidade de Londrina em troca de propinas. No total, a denúncia foi realizada sobre 15 fatos.
O número de denunciados, já encaminhados à Justiça, subiu para 13. Foram acrescentados na denúncia os empresários Antonio Carlos Gomes Dias e Júlio César Cardoso, que atuam no ramo imobiliário. O promotor também explicou que parte dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos em nome dos dois. Após prestarem depoimento ao Ministério Público (MP), a investigação conclui de que eles faziam parte do esquema criminoso. Entre os denunciados também estão os vereadores afastados Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV), a ex-presidente do IPPUL, Ignês Dequech e o ex-secretário do Ambiente, Cleuber Moraes Brito.
De acordo com Antunes, Rony Alves e Mário Takahashi eram os chefes da quadrilha. Ele disse ainda que há cinco fatos ainda em investigação e que dependem de novas diligências. Esses fatos e os envovidos serão denunciados futuramente.
Cinco fatos continuam sendo investigados, poque dependem de novas diligências e serão alvo de novas denúncias. Flore acredita que parte dos denunciados podem reaparecer nos materiais que ainda não foram analisados, mas também não descarta o aparecimento de novos envolvidos.
Dois fatos foram arquivados, porque não haveria indícios de crime. Um deles envolve o empreendimento imobiliário Bela Vittá. O Gaeco encaminhou cópias para a Câmara e a Prefeitura para as providências que competem a cada instituição. Os vereadores tinham papel fundamental no esquema, da mesma forma que os servidores desempenhavam papel semelhante na estrutura administrativa da Prefeitura.
“O conjunto probatório deixa muito claro a existência de um grupo criminoso enraizado no Poder Público Municipal, que transformava este Poder Público em um verdadeiro balcão de negócios”, disse Flore. Ouça um dos áudios que servem como prova na denúncia contra os acusados. Na conversa, Rony liga para Takahashi sobre a possível mudança de zoneamento para atender um interessado. E diz que o trabalho não pode terminar “com um tapinha nas costas”: