21 lições do século 21

Irmãs da Palavra
Livros&Você
Há alguns dias, fomos jantar na casa de duas amigas. Nos conhecemos desde o século passado, temos muitas histórias em comum, e sempre o que conversar. Reparamos numa novidade na casa delas, em cada quarto, havia uma Alexa (que é um dispositivo inteligente, uma espécie de assistente virtual desenvolvida pela Amazon). Notamos que cada Alexa tinha diferentes usos. Uma entoa orações, outra toca Roberto Carlos. Uma dá a previsão do tempo, a outra canta Tropicália. A mesma inteligência artificial. Comandos diferentes.
E nós duas, que havíamos acabado de discutir o livro de Yuval Noah Harari, “21 lições para o século 21”, no clube AMIGOS DE PALAVRA, logo pensamos: “Esse é um caminho sem volta, os robôs vão nos dominar! Aonde isso vai dar?”
A gente não sabe. Nem os algorítimos no comando podem te responder. Tudo bem, porque podemos não saber para onde estamos indo, nem exatamente como o mundo globalizado está seguindo coletivamente; mas enquanto pudermos sentir e nos questionar, nós estaremos no jogo. E não há robô que possa fazer isso em nosso lugar.
Em seu livro, Harari levanta muitas questões. Robôs estão no mercado de trabalho, assumindo o lugar de pessoas (para onde vão essas pessoas?). Biotecnologia genética está redesenhando gente. A crise das políticas democráticas, o crescimento do nacionalismo radical e o medo do terrorismo entraram em nossas casas, não importa onde você more. A questão da imigração e ameaça nuclear continuam abalando nosso futuro, incerto. As redes sociais captam nossos gostos, preferências e interesses; depois jogam tudo de volta em nossas mentes, e nós consumimos, consumimos, consumimos. Tudo isso em pleno século XXI.
Discutimos – calorosamente – horas com os Amigos de Palavra. No início, o medo dominava a conversa. Estamos à mercê da tecnologia, não há muito o que fazer! Então, continuamos discutindo o livro e cada um dando a sua opinião, contando a sua vivência. Terminamos sem medo.
Afinal, algorítimos ainda não podem sonhar nem se questionar. E nem sentir. Mas nós, humanos, podemos. Só não podemos nos esquecer que nós é que podemos. (Ah… E quando fomos jantar na casa das nossas amigas, não é a Alexa que fomos encontrar, não foi por ela que saímos de casa, e nem foi ela que tornou a noite tão divertida!)
Beijos, Irmãs de Palavra