Após tragédia, Paraná anuncia vistoria em barragens
Redação Paiquerê
Levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado em novembro do ano passado, identificou que o Paraná também negligenciou a fiscalização de suas barragens. De acordo com o Relatório de Segurança de Barragens, que traz dados referentes ao ano de 2017, o Paraná conta com 450 barragens para acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de energia.
Ontem o Governo estadual anunciou que fará um contrato de gestão com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) para avaliar a situação das barragens existentes no território paranaense. O Simepar foi escolhido para auxiliar no processo porque desenvolve serviços nas áreas de meteorologia, hidrologia e meio ambiente.
Apenas com relação aos barramentos oficialmente cadastrados, 11 são classificados como apresentando alto risco, 30 de médio risco e 63, baixo risco. A categoria de risco refere-se à estrutura da barragem. O caso mais grave é o da Represa Canteri, em Imbituva, na região Centro-Sul do Estado.
Das 450 barragens existentes no Estado, apenas 79 (17,5% do total) receberam alguma inspeção desde 2015. Segundo a engenheira Mariana Alice Maranhão, do departamento de fiscalização do CREA-PR, a fiscalização desse tipo de estrutura precisa ser constante. Ela participou da elaboração de um acordo firmado no ano passado entre órgãos fiscalizadores para que o serviço fosse feito com a devida regularidade.
Nos últimos quatro anos foram pelo menos 56 ocorrências envolvendo barragens em todo o país. Os dois episódios mais graves ocorreram em Minas Gerais, nos municípios de Mariana e Brumadinho. Dentre todas essas ocorrências, uma foi registrada no Paraná, na Barragem Fazenda Guavirova, em União da Vitória, em 2016.
Na ocasião, uma cheia provocou o rompimento da barragem, causando a morte de uma pessoa. A engenheira Mariana Maranhão informou que no ano passado houve acordo entre os órgãos responsáveis para definir um plano de fiscalização para 2019.