CNA defende uso de herbicida alvo de polêmica
Redação Paiquerê
Desde a suspensão do uso e comercialização de produtos que contenham entre seus ingredientes ativos o glifosato, o que aconteceu em agosto, o debate sobre o uso deste herbicida se intensificou. No dia três de setembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), derrubou a decisão provisória enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não concluir o processo de reavaliação toxicológica do produtos em questão. Foi mais um capítulo da polêmica.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende que o glifosato seja usado pelos produtores. De acordo com entidades contrárias ao uso do agrotóxico na lavoura, há estudos que levantam suspeitas de que o produto possa ser cancerígeno. A superintendente-adjunta da CNA, Natália Fernandes, disse que existem pesquisas científicas que apontam que a substância não faz mal.
Em uso no Brasil desde 1978, o glifosato representa mais da metade das aplicações de agrotóxicos no Brasil e no mundo. Estão registrados atualmente 203 produtos técnicos e formulados contendo o ingrediente. Eles são utilizados para o controle de plantas daninhas em 26 culturas.
Natália Fernandes, da CNA, destaca que a reavaliação do produto pela Anvisa não significa que o herbicida seja ruim, mas que é comum isto acontecer.
Em sua decisão, o desembargador Kássio Nunes Marques, do TRF-1, atendeu liminar impetrada pela União. O magistrado considerou que a suspensão do registro causa lesão à ordem pública, por tirar as substâncias do mercado de maneira “abrupta e sem a análise dos graves impactos”.
O Ministério Público (MP) ainda pode recorrer e pedir novamente a suspensão do glifosato.