Curto-circuito em ar condicionado pode ter causado incêndio
Redação Paiquerê
Um incêndio no centro de treinamento do Flamengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, deixou dez mortos e três feridos na madrugada desta sexta-feira (8). As chamas atingiram os alojamentos onde dormiam os jogadores de base do time, de 14 e 17 anos, que não moravam no Rio.
Oito vítimas fatais identificadas
O zagueiro Arthur Vinicius, de 14 anos, nasceu em Volta Redonda (RJ), estava no Flamengo há três anos e completaria 15 anos neste sábado (9). Athila Paixão, também de 14, atuava como atacante e era natural de Lagarto (SE). Ele foi aprovado em teste no Flamengo em abril de 2018.
O goleiro Bernardo Pisetta, de 15 anos, era de Indaial (SC) e já tinha passagem pelo futsal do Guarani, de Brusque, além do Athletico Paranaense. Ele estreou no Mengo em agosto de 2018. O goleiro Christian Esmério, de 15 anos, que estava há duas semanas com a seleção brasileira de base na Granja Comary, era uma das maiores promessas do futebol brasileiro em sua categoria, sendo até monitorado por times do exterior. O meio-campista Gedson Santos, de 14 anos, natural de Itararé (SP), se destacou no Athletico Paranaense e estava no elenco há poucos dias.
Jorge Eduardo nasceu em Além Paraíba (MG) e completaria 16 anos no próximo dia 14, ele atuava como lateral-esquerdo. Pablo Henrique nasceu em Oliveira (MG) e era primo do zagueiro Werley, do Vasco da Gama, também atuava no setor defensivo e chegou no time em agosto. Vitor Isaías, de 14 anos, era atacante e nasceu em Florianópolis (SC), já atuou Figueirense e Athletico Paranaense. Samuel Thomas Rosa, de 15 anos, era titular na lateral-direita, foi vice-campeão da Copa Votorantim e campeão da Copa Nike.
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Três atletas ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital Lourenço Jorge, sendo Cauan Emanuel Gomes Nunes, de 14 anos, Francisco Diogo Bento Alves, de 15, e Jonathan Cruz Ventura, de 15, em estado grave e passando por cirurgia. Vasco colocou à disposição do Flamengo duas assistentes sociais e uma psicóloga para auxiliar.
De acordo com Felipe Cardoso, meia da equipe sub-17, o incêndio começou no ar-condicionado do seu quarto. “O incêndio começou no meu quarto. O ar-condicionado começou a pegar fogo e eu saí correndo. Graças a Deus consegui correr e estou vivo”, afirmou.
Curto-circuito pode ter causado o incêndio
A perícia trabalha com a hipótese de um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado como a principal causa para o incêndio. “É muito cedo para dizer se foi por causa da rede que deu pico, se foi por causa do aparelho de ar-condicionado ou se foi a rede interna daqui”, disse o vice-governador do Rio, Claudio Bonfim. Segundo ele, os bombeiros foram chamados às 5h14, saíram do quartel às 5h17 e chegaram ao Ninho do Urubu, às 5h38. O fogo já estava controlado às 6h30.
De acordo com Claudio Bonfim, a perícia está sendo finalizada e quatro corpos já seguiram para o Instituo Médico-Legal (IML), no centro do Rio. Entre os mortos, há atletas e funcionários do clube. Todos estão carbonizados o que dificultará a identificação. “Vai depender do DNA ou se há outras formas de reconhecimento”, disse o vice-governador. Ele adiantou que existe a preocupação de trazer as famílias das vítimas para a cidade, já que muitas moram foram do estado. Para isso, as companhias aéreas estão sendo procuradas. Os atletas estavam alojados em um container e seriam transferidos na semana que vem para acomodações mais modernas.
Atualizada às 17h06