Defesa alega que irregularidades no pedágio do Paraná são anteriores a Richa
Redação Paiquerê
A defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB) afirma que o tucano desconhecia qualquer suposto pagamento de propina pelas concessionárias de pedágio no Paraná. Na denúncia, acatada pela Justiça na operação Integração, o Ministério Público Federal (MPF) acusa Richa e mais noves pessoas de participação em esquema de corrupção.
Segundo o MPF, o esquema desviou R$ 8,4 bilhões por meio do aumento de tarifas de pedágio do Anel de Integração, e de obras rodoviárias não executadas. A propina paga em troca dos benefícios, conforme os procuradores, foi estimada em pelo menos R$ 35 milhões. Beto Richa chegou a ser preso, mas foi solto por decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha.
Para o advogado Valter Bitar, a exclusão dos governadores anteriores a Richa, que assumiu mandato em 2011, causa estranheza, pois as irregularidades são apontadas desde 1999. O advogado, que assumiu o caso recentemente, afirmou que os crimes que estariam ocorrendo desde 1999 não estão prescritos, diferente do que teria sido comunicado pelo Ministério Público Federal.
Para o advogado, essa posição do MPF demonstra cunho político na ação direcionada contra o ex-governador Beto Richa.
Segundo Valter Bitar, os delatores que disseram ter recebido dinheiro das concessionárias, não podem confirmar a destinação para campanha de Beto Richa. Sobre outro ponto da acusação, o advogado disse que a compra de imóveis em nome da primeira dama, Fernanda Richa, não se trata de lavagem de dinheiro, pois ela sempre atuou nesse ramo empresarialmente.
A operação Integração não é a primeira em que Richa vira réu. A Justiça recebeu a denúncia contra ele também na operação Rádio Patrulha, que investiga um esquema de propina para desvio de dinheiro por meio de licitações no programa “Patrulha do Campo”.