Ocupação de leitos deve ser problema nas próximas semanas no PR, afirma especialista
Redação Paiquerê
A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Paraná, em razão da pandemia do novo coronavírus, registrou o maior índice nesta semana. Segundo o boletim da secretaria da Saúde, na quinta-feira (9), eram 638 pacientes internados em leitos SUS (241 em UTI e 397 em enfermaria) e 156 em leitos da rede particular (57 em UTI e 99 em enfermaria).
Havia ainda outros 1.036 pacientes internados, 504 em leitos UTI e 532 em enfermaria, que aguardavam resultados de exames. Segundo o professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), José Rocha Faria Neto, ainda não é possível dizer se as medidas adotadas pelo governo estadual deram resultados positivos.
Faria Neto, que está à frente de estudo que monitora a evolução da Covid-19 no Estado, explicou que esse balanço deve ser feito apenas na semana que vem. O professor afirmou que o impacto da doença atinge o Paraná de maneira diferenciada por região.
“O Paraná vive o pior momento agora. Principalmente da segunda metade de maio. Esse crescimento tem sido heterogêneo no Estado como um todo, afetando, principalmente, as regiões Oeste e Leste. Isso tem levado a algo mais preocupante, que é uma taxa de ocupação muito alta de leitos de UTI do SUS destinados aos cuidados dos pacientes com Covid-19. Na região Leste chegamos a 90% de ocupação. Na região Norte, onde Londrina está, já tem um cenário mais confortável, com 51% de ocupação. Embora exista uma margem muito grande, no entanto, a taxa de ocupação vem crescendo”.
O médico e pesquisador destacou que a flexibilização deve ser feita com muito cuidado. Para ele, mesmo com todas as consequências econômicas, o distanciamento social continua sendo medida necessária para manter o controle sobre a doença. “A sensação de que a ‘coisa está se arrastando’ muito tem muita uma explicação. Nós efetivamente conseguimos achatar a curva. Mas achatar a curva não significa não ter curva e a nossa está subindo. O que estamos passando no Paraná é pouco do que estados do Norte e Nordeste passaram”, apontou.