Performance de homem nu no Igapó termina com tentativa de prisão
Redação Paiquerê
A apresentação “DNA de DAN”, que aconteceu entre a tarde e noite deste sábado (14) no Lago Igapó I, na zona sul de Londrina, terminou com a presença de policiais miliares para prender o artista Maikon K por atentado ao pudor. Na peça, que faz parte da programação do Festival de Dança, Maikon fica nu e recoberto por um gel dentro de um ambiente inflável. Ele começa uma dança-ritual depois que o gel seca e descama como uma segunda pele. Em uma das partes, o público pode entrar na bolha.
A Polícia Militar (PM) foi até o local prender o artista após receber centenas de denúncias e do registro de uma representação criminal, feita pelo vereador Filipe Barros (PRB), no 4ª Distrito Policial. O vereador acusou Maikon K de atentado ao pudor. Em sua página na rede social Facebook, Barros afirmou que crianças e menores de idade circulam pelo local no horário, o que se configura em falta de respeito. “Isto se chama ato obsceno. Vamos segunda-feira (16) querer saber se tem dinheiro da Secretaria de Cultura nisso e se tiver, vamos convocar o secretário para dar explicações”, garantiu.
No momento em que os policiais chegaram ao Lago Igapó, o público que estava assistindo a apresentação fez um cordão em volta de Maikon K. Como os PMs não o conheciam, e ele se “misturou” em meio as demais pessoas, o artista não foi preso. A coordenadora do Festival de Dança de Londrina, Danieli Pereira, porém, foi até a delegacia para prestar depoimento sobre o ocorrido.
Polêmica
A peça “DNA de DAN” causou polêmica na internet depois que Maikon K foi preso em Brasília, em julho deste ano, enquanto realizava sua performance em frente ao Museu Nacional da República. Na ocasião, a Polícia Militar de Brasília rasgou a bolha inflável e levou Maikon para a delegacia, onde ele assinou um termo circunstanciado por ato obsceno. Pouco mais de um mês depois, um grupo de 115 pessoas convocadas pelo Festival Cena Contemporânea reuniram-se no mesmo local e ficaram nuas em torno do artista como protesto à ação da polícia.
Vídeo feito pelo vereador Filipe Barros (PRB) contra a apresentação: