Presidente de Federação nega desvio de recursos apontados na operação Espúrio
Redação Paiquerê
Após deixar a prisão, o presidente da Federação Nacional dos Trabalhados Celetistas nas Cooperativas do Paraná (Fenatracoop), Mauri Viana Pereira, detido durante a quarta fase da operação Registro Espúrio em Londrina, convocou a imprensa para uma entrevista coletiva.
Ele disse não ser réu nesta ação e sim um dos acusadores de tentar lutar contra o sistema. Ainda afirma que desde 2009, a Federação busca, na Justiça e conseguiu exito, após verificar uma falha no repasse da contribuição sindical. “Debatemos em primeira, segunda e terceira instância e ganhamos a ação”, afirmou Viana, garantindo que Fenatracoop deve receber de valores defasados, sem juros e correção, R$ 80 milhões. Esse valor sairia legalmente de uma conta do Ministério do Trabalho, que tem R$ 5,6 bilhões.
Na última sexta-feira (21), após o vencimento das prisões temporárias e sem o pedido de prorrogação, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a soltura dos nove presos. A Polícia Federal (PF) investiga fraudes na restituição de contribuições sindicais recolhidas a mais ou indevidamente da Conta Especial Emprego e Salário.
São investigados os crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, no esquema investigado, pedidos de restituição eram manipulados por suposta organização criminosa com o intuito de adquirir direito a créditos.
Os valores eram transferidos da Conta Especial Emprego e Salário para as contas bancárias das entidades, e um percentual era repassado para os servidores públicos e advogados integrantes do esquema. Os desvios chegam a R$ 9 milhões, segundo a denúncia. A Conta Especial Emprego e Salário é alimentada com contribuição sindical.
Viana garante que o desvio não é das entidades sindicais e sim da Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho. A Fenatracoop recebeu R$ 2,5 milhões e as demais entidades receberão, R$ 6,5 milhões. “Nós aplicamos um projeto piloto no Paraná, Turismo nas Séries do Trabalhador. Levamos 3.700 trabalhadores, em uma semana, em Caldas Novas (MG), um custo de R$ 800 por família, que desfrutaram por sete dias. Também investimos na Alpicultura Móvel, já atendemos quase 14 mil trabalhadores, com 85% de cura de várias doenças, e em casas para o trabalhador em cooperativas”, explicou Viana.