Professora lembra de criança morta pelo pai em acidente: “tranquilo e ótimo aluno”
Weslley Lemos
Redação Paiquerê
Psicopedagogas da Secretaria Municipal de Educação estão acompanhando as crianças que estudavam com Matheus Gabriel Kuasne Oliveira, de nove anos. Ele e o seu pai, Marco Antonio Alves Marcondes, de 45, morreram em um acidente no quilômetro 55 da PR-445, zona sul de Londrina, na última sexta-feira (13). A batida do carro contra um caminhão pode ter sido provocada por Marco como vingança a ex-companheira, mãe de Matheus.
O menino estava no terceiro ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Claudio de Almeida e Silva, no jardim Atlanta, zona sul da cidade. Inicialmente o trabalho das profissionais está sendo realizado com todos os colegas de classe e posteriormente os mais próximos poderão receber cuidado individualizado.
A professora Cristina Seixas Sibaldelli, responsável pela turma de Matheus, disse que ele era uma criança tranquila, querida e amiga de todos. Ela também explicou que esporadicamente demonstrava estar nervoso na escola ou apático.
“Gostava de provocar as meninas e amigos com apelidinhos. Era muito alegre. Perturbava de uma maneira boa a turma. Era bem tranquilão, em questão de aprendizagem, era ótimo aluno”
CRISTINA SEIXAS
Ouça o relato:
Emocionada, ela ainda disse que algumas atitudes de Matheus com seus amigos surpreenderam durante os atendimentos das psicopedagogas. Para a professora Cristina, o trauma será amenizado apenas a longo prazo.
“Essa violência tão grande que foi feita com o Matheus me surpreendeu, porque ele nunca demonstrou”
CRISTINA SEIXAS
Ouça a segunda parte da entrevista:
Na unidade estudam 436 crianças do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental. Segundo Cristina, os alunos e funcionários estão abalados pelo ocorrido.
Investigação
Antes do acidente, Marco Antonio enviou diversos áudios por meio de aplicativo de mensagens ameaçando Erika Patricia Kuasne, mãe de Matheus. Ele chegou afirmar que ela nunca mais iria ver a criança e obrigou o filho gravar um vídeo dizendo adeus para a mulher.
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A principio o caso foi encaminhado a Delegacia de Trânsito de Londrina, mas já foi transferido para o setor de Homicídios da Polícia Civil. A reportagem entrou em contato com o delegado João Reis, responsável pela unidade, que afirmou estar analisando o caso para concluir o inquérito.