Sem ônibus: Operadoras do transporte coletivo paralisam atividades em Londrina
Redação Paiquerê
Na manhã desta sexta-feira (9), os clientes do trasnporte coletivo de Londrina foram surpreendidos com a paralisação das atividades, tanto da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) quanto da Londrisul.
As duas operadoras, em nota emitida à imprensa, alegam que houve uma queda brutal de arrecadação durante a pandemia e também falta de suporte econômico do Poder Público. Segundo as empresas, não foi possível o pagamento dos salários de seus colaboradores referentes ao mês de março.
Confira a nota emitida pela TCGL e Londrisul:
“As OPERADORAS do transporte coletivo urbano de passageiros de Londrina, que executam um serviço público essencial a nossa comunidade, vem esclarecer a seus colaboradores, seus clientes e a toda a comunidade londrinense, a triste realidade enfrentada que gerou a impossibilidade do cumprimento do prazo de pagamento dos salários de março de 2021 de seus profissionais.
Desde o início da pandemia trazida pelo COVID-19, em março de 2020, o sistema de transporte coletivo vem sofrendo com a queda brutal da arrecadação, embora as OPERADORAS tenham continuado a manter a prestação dos serviços à comunidade, arcando não somente com os custos do sistema – que é PÚBLICO – , mas igualmente em plena observância de todas as determinações das autoridades públicas no que diz respeito aos protocolos e medidas sanitárias recomendadas pela OMS e a todas as determinações da CMTU, com vistas a realizar uma operação visando a se manter o distanciamento social no transporte.
Somado a tais fatores, as OPERADORAS vêm igualmente arcando com os custos do aumento dos insumos, como o óleo diesel, que apenas nos primeiros três meses de 2021 sofreu aumento de cerca de 41%.
Agora, passados 14 meses de pandemia, a capacidade econômico-financeira das OPERADORAS, infelizmente se esgotou, não havendo mais recursos para o implemento de suas obrigações, em que pese, em processo administrativo, o Poder Público reconhecer a existência do desequilíbrio e de valores a serem restituídos às OPERADORAS.
Frise-se que ao longo deste período, as OPERADORAS alertaram o Poder Público – que é o responsável e o ‘dono’ do transporte urbano – sobre a necessidade de suporte econômico, apontando mensalmente o desequilíbrio, que fez com que as mesmas necessitassem recorrer a empréstimos bancários vultosos a fim de possibilitar a continuidade de suas atividades e honrar suas obrigações, vez que a arrecadação é muito inferior ao necessário para a manutenção do sistema.
Diante dessa dramática situação, as OPERADORAS, que são meras prestadores de um serviço público essencial, encontram-se sem condições de honrar com suas obrigações, dentre elas a folha de pagamento de seus colaboradores, o que culminou em mediação presidida pelo Ministério Público do Trabalho, a qual, mesmo suspensa, poderá ser retomada a qualquer momento, na medida em que se acredita na busca de soluções pelo Poder Público, que reconhece o desequilíbrio econômicofinanceiro imposto às OPERADORAS pela pandemia que se arrasta há quase 14 meses.
As OPERADORAS do transporte coletivo de passageiros urbano de Londrina, empresas idôneas que exercem suas atividades há décadas nesta cidade, esperam do Poder Público soluções e medidas que venham a socorrer o sistema que se encontra em total colapso, a fim de que possam dar continuidade e manutenção a um serviço que é PÚBLICO e ESSENCIAL e honrar seus compromissos, sobretudo o pagamento dos salários daqueles que são a peça principal de sua atividade: seus colaboradores”
O presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina), José Aparecido Faleiros, em entrevista à Paiquerê 91,7, contou detalhes da situação envolvendo os trabalhadores. Ouça: