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Buscando reforçar a conscientização à população londrinense, para que não sejam fornecidos alimentos a animais silvestres no entorno do Parque Municipal Arthur Thomas, a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) intensifica o alerta aos moradores da região sul. Essa etapa das ações ocorreu na última terça-feira (10), conduzida pela Assessoria de Educação Ambiental da pasta. Outros trabalhos já estão agendados para a próxima semana, na segunda (16) e quarta-feira (18).
Por meio da campanha, estão sendo distribuídos em residências e comércios locais cerca de 2 mil informativos impressos com orientações sobre os riscos de dar comida aos animais que vivem no parque. A equipe destacada para a atividade faz a entrega e orienta as pessoas em imóveis residenciais, majoritariamente, além de estabelecimentos comerciais. “Assim, o principal foco da iniciativa é alertar sobre as consequências dessa prática, que pode parecer inofensiva, mas traz sérios prejuízos à fauna local e à convivência urbana”, frisou a assessora de Educação Ambiental da Sema, Lidiani Isidoro.
Entre os principais riscos enfatizados pela Sema, estão o aumento de atropelamentos, colocando os animais e os motoristas em perigo. Isso porque a oferta de alimentos atrai os animais para áreas urbanas, afastando-os de seu habitat natural e os expõe a perigos como o trânsito. Além disso, a oferta de alimentos interfere no comportamento natural dos animais, fazendo com que deixem de buscar o próprio sustento na natureza.
A Secretaria do Ambiente reforça que o Parque Arthur Thomas é um remanescente de Mata Atlântica e oferece todos os recursos alimentares necessários para a sobrevivência das espécies que ali vivem, como frutos, castanhas, raízes, insetos, ovos e até cascas de árvores. “Quando consomem alimentos inadequados, os animais silvestres ficam mais suscetíveis a intoxicações, lesões e doenças, podendo inclusive se tornar agressivos, caso se sentirem ameaçados”, informou Isidoro.
Outro pilar da campanha é sensibilizar os moradores para que coloquem o lixo nas lixeiras da maneira correta, nos dias de coleta, evitando que os animais revirem sacos de lixo em busca de restos de comida, o que reforça o ciclo de dependência e exposição a riscos. “Mais uma preocupação é a captura de animais silvestres, já que a aproximação constante pode torná-los dóceis, facilitando sua apreensão. Matar, perseguir, capturar ou comercializar animais silvestres é crime ambiental, sujeito a multa e detenção, conforme previsto na Lei Federal nº 9.605/1998″, frisou a assessora de Educação Ambiental.
Hábito nocivo
A gerente de Parques e Biodiversidade da Sema, Daniele da Costa, reforçou que os animais silvestres não estão em um zoológico ou presos, são originários da Mata Atlântica e fazem parte da vida livre da fauna do Paraná. “Quando alimentados pelas pessoas, acabam ingerindo o que não devem, como carboidratos, gorduras e substâncias de que eles não precisam, e que podem ser nocivas ao seu organismo. Os macacos, por exemplo, acabam perdendo seus hábitos naturais, que incluem o cuidado um com o outro, que é a catação, que a gente fala quando um fica pegando parasitas da pele do outro, dormir, forragear (ir atrás de alimentos) e brincar”, detalhou.
Tal mudança de comportamento e vivência podem refletir, inclusive, na questão dos nascimentos destes animais, conforme apontou a gerente. “Quando falamos dos macacos, pode ocorrer de nascer mais animais do que o próprio parque comporta. Com mais energia, eles começam a brigar pela liderança de território. Fora os macacos, outros grupos de animais também podem ser impactados negativamente. Tornam-se animais mais dóceis, a partir do hábito de comer pelas mãos dos humanos, e ficam mais suscetíveis à captura ilegal”, citou Daniele.
Atropelamentos
Para acompanhar o problema no entorno do Parque Arthur Thomas a Sema faz o mapeamento de mortes de animais nas proximidades do local. “Os pontos onde há mais acidentes com esses animais são justamente aqueles onde os vizinhos insistem em dar comida. Eles dizem que os alimentam para que não saiam do parque, e alguns até trazem de casa para dar a eles. Então, muitas vezes os animais, condicionados, atravessam a rua e acabam sendo atropelados. Isso só comprova, ainda mais, que não há vantagem alguma em alimentar os animais silvestres, pois eles ficam doentes, fora do peso e perdem seus hábitos naturais, além do risco de morte e captura por pessoas de má fé”, disse a gerente.
Um levantamento recente feito pela Sema, em parceria com a UEL, apontou que, de novembro de 2024 até maio de 2025, ocorreram 15 atropelamentos de animais silvestres no entorno do parque, a maioria macacos-prego, além de quatis e gambás. “Felizmente, não tivemos mais atropelamentos registrados depois disso. É difícil dizer se isso já é consequência dos alertas que estamos fazendo e da conscientização intensificada, mas é um bom sinal. As divulgações também reverberaram pelos veículos de imprensa e redes sociais, e isso ajuda a sensibilizar mais pessoas. Esperamos que o público entenda e nos ajude nessa empreitada”, alertou Daniele da Costa.
De acordo com a Sema, os macacos são os animais que mais saem do parque em busca de comida, uma vez que sentem menos medo que outros bichos e são mais curiosos. “Os quatis até atravessam as ruas, mas menos, e os gambás também buscam alimentos, mas acabam se escondendo mais rápido. Já os macacos ficam regularmente, é da característica do macaco-prego, então não é incomum acontecer, concluiu a gerente.
Campanha contínua
A entrega de informativos nas residências faz parte de um trabalho contínuo da Assessoria de Educação Ambiental da Sema, que inclui palestras, visitas guiadas ao Parque Arthur Thomas, oficinas e ações educativas, tanto presenciais quanto por meio de materiais digitais.
Em caso de dúvidas sobre animais silvestres ou outras questões ambientais, a população pode entrar em contato com a Sema pelo telefone (43) 3372-4765, de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h.
Com Ncom