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Na segunda-feira (23), foi realizada a 11ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Londrina, como etapa preparatória para a 5ª Conferência Estadual do segmento, marcada para os dias 5, 6 e 7 de agosto em Foz do Iguaçu. Para fortalecer e valorizar ainda mais o encontro em nível local, a ministra das Mulheres Márcia Lopes, professora e assistente social londrinense que hoje atua no Governo Federal, participou das atividades e palestrou para uma plateia que lotou o auditório da Prefeitura de Londrina. A deputada federal Lenir de Assis, também da cidade, foi outra presença enquanto representante da cidade em Brasília (DF).
Com ampla diversidade de público, a Conferência contou com a presença de autoridades, lideranças de instituições da sociedade civil, conselheiras municipais, ativistas e representantes de movimentos sociais e culturais, titulares de secretarias, servidoras e trabalhadoras de diferentes setores.
Um dos objetivos principais foram os debates, deliberações e aprovações de propostas a serem encaminhadas à Conferência de Políticas para as Mulheres do Paraná, com diálogos feitos em momentos de Plenária. Também foram eleitas as delegadas titulares e suplentes que representarão o poder público municipal e a sociedade civil de Londrina na etapa estadual. Os resultados serão publicados, em breve, pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM), que organizou a Conferência.
A abertura oficial ocorreu logo após a leitura do regimento da Conferência, onde a mesa de frente trouxe as falas iniciais das autoridades. Ao saudar os participantes, a ministra Márcia Lopes frisou que fez questão de estar em Londrina, ressaltando o protagonismo da cidade nas lutas femininas e construção coletiva de políticas públicas para as mulheres.
“Tenho grande orgulho de estar em casa, de ver tantas mulheres incríveis, batalhadoras e competentes reunidas em prol de pautas fundamentais, várias das quais estiveram comigo em tantas lutas travadas nas últimas décadas. Temos uma história honrosa e muito bonita em Londrina, de imponência e grandes conquistas, um pioneirismo nacional em várias políticas públicas que vimos evoluir e que queremos que avancem. A cidade merece investimentos, cuidados e comprometimento do poder público, resguardando os direitos das mulheres”, disse.
Para Lopes, as políticas públicas voltadas às mulheres precisam ser transversais, com articulação integrada e contínua, sempre prezando pela criação de novos espaços, círculos de trocas e a manutenção dos projetos sólidos já existentes. “Como representante no Governo Federal, tenho a missão de escutar, percorrer espaços e qualificar as trocas com outros ministérios e secretarias nacionais, otimizando a atuação junto a estados e municípios. Diante da necessidade de atualizar o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, as conferências cumprem um papel determinante de abertura, consciência e disposição para fazer acontecer de fato. Não podemos abrir mão dessa luta histórica, nem de continuar acreditando no sonho de uma sociedade mais justa com as mulheres, mais equânime, de respeito e paz”, declarou. Na sequência, ela ainda ministrou uma palestra para falar sobre o papel das conferências nas três esferas de poder, salientando seu compromisso de Estado em defesa das mulheres.
Edição histórica
A presidente do CMDM, Sueli Galhardi, considera histórica a 11ª Conferência em Londrina. “A presença da nossa ministra abrilhanta o encontro e fortalece essa luta que temos de uma vida toda pelos direitos das mulheres. Somos referência em âmbito nacional nas políticas para as mulheres, de assistência social, saúde, idosos e outras. A construção é de mais de 30 anos, com cada tijolo colocado arduamente por tantas mãos fortes e generosas. O evento reforça nosso protagonismo e visibilidade. Somos resistência e seremos sempre, queremos um Conselho pujante, uma secretaria e rede de proteção estruturadas e valorizadas. O caminho é longo, cheio de desafios e exige uma construção efetivamente coletiva”, afirmou.
Já a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Marisol Chiesa, que recepcionou e deu as boas-vindas à ministra Márcia Lopes, enalteceu a realização da Conferência e a presença de todas as participantes, destacando o respeito às diversas lutas e pautas em foco. “Precisamos sempre estar abertos à escuta, ao diálogo, a receber propostas que beneficiam as mulheres e a sociedade. A Conferência, resultante da determinação das próprias mulheres como protagonistas, propicia exatamente esse ambiente de trocas e diversidades. Daqui saem propostas de grande relevância que aprimoram as políticas e projetos no segmento. Ter a ministra conosco é uma honra, tratando-se de alguém com vasta e importante atuação, e que busca melhorar a vida das mulheres com seu empenho”, disse.
Espaços reais
Quem também falou na mesa de autoridades foi a vereadora Flávia Cabral, líder do Executivo na Câmara Municipal, onde ocupa o cargo de Procuradora da Mulher e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. “Tive a felicidade de ser a primeira mulher a presidir, por duas vezes, a Comissão de Justiça da Câmara. Todas as mulheres aqui sabem o que é preciso encarar todos os dias, como essa batalha é dura. Um evento com tamanha representatividade mostra que o poder deve emanar do povo, que precisamos de espaços reais e não figurativos como muitos os que infelizmente temos. A ocupação dos ambientes políticos e públicos é lenta, mas demonstra a força de nossas vozes, e como isso influencia e impacta tantas outras mulheres a brigarem pelo que é seu de direito, com empatia, consciência e resiliência”, frisou.
“A atual gestão está dando espaço de protagonismo às mulheres nas principais pastas. Deu a liderança do Executivo na Câmara a uma mulher. Eu e a Elza Correia fomos as duas únicas líderes na história do nosso município. E eu volto a dizer a vocês, eu estou lutando, lado a lado com o prefeito, para que essa nossa pauta seja consolidada. Estejam juntos conosco e não opondo-se. Por mais mulheres unidas, por mais mulheres na política e na vida pública”, afirmou Flavia Cabral.
Segundo a deputada federal Lenir de Assis, representante de Londrina na Câmara em Brasília e militante antiga de causas pelas mulheres, as mulheres não podem recuar em suas lutas e nos debates pela igualdade. “É uma alegria estar presente na Conferência Municipal de Londrina. Várias que estão aqui ajudaram a construir as políticas em favor das mulheres e participam desde a primeira edição. Em Brasília, vou ajudar a cobrar os ministérios, ampliar as discussões e procurar trazer à cidade recursos e oportunidades para que Londrina prossiga com sua trajetória de protagonismo no Brasil. Temos um Conselho forte e ativo, uma secretaria que foi primeira do país voltada exclusivamente para as mulheres, uma rede protetora dedicada e que precisa ser valorizada. Nós mulheres queremos e podemos mais, vamos batalhar sempre por isso”, pontuou.
Em seu primeiro mandato, a vereadora Paula Vicente, que assumiu substituindo Lenir de Assis, é a atual vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Na abertura do evento, ela reforçou a busca incessante por igualdade de direitos e a necessidade do trabalho em conjunto. “É cansativo demais termos sempre que falar sobre violência contra a mulher, em suas mais variadas formas, incluindo aquelas que parecem mais sutis, porém atingem tantas pessoas. Mas, é impossível cessar quando precisamos lutar até para existir, essa triste realidade das mulheres com seus corpos sendo atravessados por violências, diuturnamente, e os tantos casos de feminicídio. Fora isso, nossas vozes são silenciadas nos mais variados setores, inclusive nos espaços de poder, onde é comum sermos caladas e tolhidas quando nos expressamos. A Conferência tem o papel de ouvir e dar voz, de discutir propostas e possibilitar melhorias reais”, relatou.
Deise Tokano, gestora pública e chefe do escritório regional da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), representou a titular da pasta estadual Leandre Dal Ponte no evento. “Esperamos que as deliberações aqui realizadas resultem em propostas concretas para serem aplicadas no município, e que as lutas em nível estadual e nacional progridam com comprometimento, respeito e ações efetivas. Isso garante mais acesso a direitos e oportunidades nos territórios”, citou.
Temáticas debatidas
Vários eixos transversais e específicos foram colocados em pauta, componentes do guarda-chuva estrutural de seis eixos principais alinhados com o Plano Municipal de Políticas para as Mulheres 2023-2026. São eles Democracia, Participação e Governança; Trabalho, Equidade Salarial e Autonomia Econômica; Territórios Livres de Violência e Qualificação das Redes de Atenção à Mulher; Direito ao Território e Sustentabilidade; Educação não Sexista e Cultura para a Igualdade; e Saúde Integral e Bem-estar da Mulher.
A 11ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Londrina, no prédio da Prefeitura, ainda contou com apresentações culturais e reservou ambiente de divulgação e atendimentos do projeto Autimizar, organização da sociedade civil em defesa dos direitos das pessoas autistas e seus familiares, bem como orientações de saúde pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Professoras da Secretaria Municipal de Educação (SME), Juliana Morales e Márcia Regina fizeram a tradução em libras das falas das autoridades no evento.
Com Ncom