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Redação Paiquerê
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que está empenhado em dificultar as articulações da comitiva de senadores brasileiros que está nos Estados Unidos para tentar barrar a sobretaxa imposta pelo governo norte-americano às exportações brasileiras. A declaração foi dada ao SBT News na segunda-feira (28), a três dias do início previsto para a entrada em vigor do tarifaço de 50%.
Segundo Eduardo, os parlamentares brasileiros, tanto da base do governo quanto da oposição, não devem encontrar abertura para negociações com autoridades americanas. O deputado afirmou que atua pessoalmente para evitar esse diálogo, criticando eventuais concessões que possam surgir. “Se vier acordo, será daqueles que não resolvem nada”, afirmou, sem detalhar quais medidas tem tomado para interferir no processo.
Eduardo também comentou que o ex-presidente norte-americano Donald Trump estaria ciente de supostas “perseguições” contra Jair Bolsonaro, seu pai, e sugeriu que o ministro Alexandre de Moraes encontrou em Trump um “adversário à altura”.
Enquanto isso, em Washington, a comitiva brasileira liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, tenta costurar acordos com congressistas dos partidos Democrata e Republicano. Trad confirmou que seis parlamentares norte-americanos já se comprometeram com o encontro desta terça-feira (29). Não há, porém, nenhuma reunião prevista com integrantes do governo Trump, embora o grupo espere que as conversas possam alcançar a Casa Branca.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a abertura de diálogo com os Estados Unidos, durante evento no Rio de Janeiro. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o Brasil segue buscando uma solução negociada, enquanto trabalha com um plano de apoio aos setores econômicos que podem ser impactados.
O governo brasileiro tenta evitar que produtos como alimentos e aviões da Embraer entrem na lista das tarifas. Apesar disso, até o momento, os Estados Unidos não demonstraram disposição para flexibilizar as medidas, e Trump reiterou que países que não chegarem a um entendimento até sexta-feira poderão enfrentar tarifas de 15% a 20%, sem detalhar a situação específica do Brasil.
