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Diante do aumento contínuo de casos gripais em pacientes de todas as faixas etárias, a Prefeitura de Londrina elaborou um Plano de Contingenciamento que já está sendo executado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As ações são gradativas, ou seja, são implementadas conforme o avançar do cenário epidemiológico, e incluem reforço das medidas de prevenção, especialmente a vacinação contra influenza; monitoramento de indicadores; capacitação das equipes de saúde; implementação de atendimento por teleconsulta e de unidades de referência para casos gripais, entre outras medidas.
O Plano de Contingenciamento foi apresentado na segunda-feira (2), no auditório da Prefeitura, pelo prefeito Tiago Amaral e pela secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó. Participaram desse encontro representantes de hospitais e da 17ª Regional de Saúde, membros do Conselho Municipal de Saúde (CMS), e também os vereadores Professora Flávia Cabral, que representa o Executivo na Câmara Municipal, Marinho e Sídnei Matias.
Nas últimas semanas, um levantamento da SMS identificou que, dentro das unidades de urgência da rede municipal, os casos respiratórios entre crianças já representam 50% dos atendimentos. Entre o público adulto, as síndromes gripais compõem em torno de 20% das consultas.
Embora as doenças respiratórias tenham crescimento esperado durante o outono e inverno, os dados sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também são preocupantes, superando os números de 2024 registrados no mesmo período e com prevalência mais cedo. A SRAG é uma condição clínica que se caracteriza por insuficiência respiratória aguda, causada por infecções virais ou bacterianas que acometem os pulmões. A síndrome pode evoluir rapidamente para quadros graves, exigindo hospitalização e suporte ventilatório.
Dentre os casos de SRAG registrados em Londrina esse ano, o monitoramento por amostragem coletado nas três unidades de Vigilância Sentinela apontou uma positividade média de 80% para vírus respiratórios. Destes, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a influenza A foram os mais predominantes entre crianças e idosos, respectivamente.
Na apresentação de segunda-feira (2), o prefeito Tiago Amaral destacou que tanto o Ministério da Saúde como diversos governos estaduais já publicaram alertas em função das doenças respiratórias, que estão se apresentando de forma mais intensa. “Londrina, por estar inserida nesse contexto, também vive um estado de alerta. E há alguns dias implementamos algo inovador para nossa cidade: um sistema de monitoramento total e diário, que se repete a cada três horas, da situação nas unidades de Pronto Atendimento, ou seja, nas linhas de enfrentamento imediato. Começamos a identificar as curvas que representam níveis de risco ou de preocupação e, a partir dessas análises, passamos a implementar medidas e tomar decisões”, descreveu.
Como consequência desse aumento de pessoas com sintomas gripais e respiratórias, as unidades de saúde enfrentam lotação, inclusive nas alas de internamento, já que também cresceram os números de casos graves. “Diante do quadro de alerta que vivemos no Brasil e do aumento significativo, principalmente no número de crianças buscando atendimento, elaboramos, preparamos e já implementamos, de forma antecipada, um Plano de Contingenciamento e enfrentamento dessa crise respiratória. Não é algo que faremos ou estamos avaliando para talvez iniciar. A equipe da Saúde preparou o Plano, já iniciou a implantação, e é justamente isso que vamos trazer para vocês hoje”, destacou o prefeito.
Elaborado com quatro etapas graduais, o Plano de Contingenciamento Municipal define uma série de intervenções para diminuir a proliferação das infecções que causam SRAG. Ao mesmo tempo, inclui medidas para redução do impacto nos serviços de urgência e emergência, bem como a ocupação dos leitos hospitalares. “Algumas ações são protocolares dentro do início do outono, que é quando as doenças sazonais se apresentam e as síndromes gripais normalmente aumentam. Mas hoje vivemos com um vírus mais potente e com uma taxa de vacinação muito baixa; isso culmina com aumento de pessoas procurando atendimento. Predominantemente, Londrina hoje tem influenza A circulando nos adultos, em especial idosos acima de 60 anos, e a prevalência do vírus sincicial respiratório nas crianças. Então, isso é um estado de alerta e de alarme”, enfatizou a secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó.
Uma das ações já implementadas é a orientação e sensibilização da população, incentivando a adesão às medidas preventivas e, também, a busca do local mais adequado para atendimento dos casos gripais.
As unidades de Pronto Atendimento do Maria Cecília e do União da Vitória são exclusivas para o público a partir dos 18 anos, assim como as Unidades de Pronto Atendimento do Sabará e Jardim do Sol; enquanto o PA do Jardim Leonor atende adultos e crianças, pela Rede Carinho. Nas UPAs, houve aumento de 30% de corpo médico e equipe multiprofissional.
Como referência exclusiva para o público infantil, o Pronto Atendimento Infantil (PAI) funciona 24h por dia, todos os dias. E, de segunda a sexta-feira, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também contam com equipes aptas a acolher crianças e adultos, com previsão de ampliação das horas médicas em unidades que ficam próximas às escolas e com maior fluxo de atendimento.
Além disso, desde a última quarta-feira (28), a SMS converteu a UBS do Ouro Branco como referência para atendimento médico por síndrome gripal, seja para adultos ou crianças, para busca espontânea. A unidade conta com dois médicos por período, de segunda a sexta-feira, e se for necessário esse atendimento poderá ser estendido para os sábados também. Simultaneamente, o Hospital da Zona Sul tornou-se retaguarda para realização dos exames de raio-x e internação dos pacientes da UBS Ouro Branco, mediante apresentação da carta de encaminhamento.
Uma parceria firmada entre o Município e a iniciativa privada, o Plano de Saúde Hospitalar, irá disponibilizar consultas do ambulatório infantil a partir desta quarta (4). O aditivo firmado com a Prefeitura abrange 990 consultas por mês, equivalente a 33 consultas por dia, que serão reguladas pelas UBSs ou PAI.
No PA Maria Cecília, UBSs do Aquiles Stenghel e do Vivi Xavier, será disponibilizado, a partir do dia 10 de junho, o atendimento por teleconsulta para pacientes com sintomas respiratórios. São previstos 33 atendimentos por dia, em cada unidade, mediante classificação e avaliação da equipe de enfermagem.
Também foram iniciadas as tratativas para contratação de cabines para teletendimentos, direcionados também aos pacientes com quadros gripais. Essas cabines serão instaladas no PAI, Pronto Atendimento do Leonor, UPAs Sabará e Centro-Oeste. “Construímos com os hospitais possibilidades de incremento para leitos de terapia intensiva e leitos clínicos de enfermaria, para suporte ventilatório pulmonar”, acrescentou Feijó.
A partir dessa semana, às quartas-feiras, será publicado nos canais oficiais da SMS o Boletim Epidemiológico Semanal, com informações de SRAG referentes ao cenário da cidade.
No mês de maio, foi criado o Grupo de Trabalho de Síndromes Gripais, com participação de um representante de cada serviço que compõe a rede de saúde na cidade. E as equipes que atuam nesses serviços devem passar por capacitação, organizada pela Diretoria de Vigilância em Saúde da SMS, atualizando sobre temas como o fluxo de atendimentos das doenças respiratórias, coleta dos exames em tempo oportuno, internamentos, Unidades Sentinelas e atendimentos a gestantes.
A etapa vigente do Plano de Contingenciamento, que é a fase 2, elenca outras medidas que podem ser aplicadas em breve. Dentre elas, a determinação da UPA Sabará como unidade de atendimento exclusivo de Síndromes Gripais; a aquisição de testes rápidos de influenza, Covid-19 e VSR para uso em grupos específicos; e ampliação das unidades de referências em outras regiões da cidade, com ao menos um médico por dia em cada UBSs.
Prevenção
Para evitar o contágio por vírus que causem as síndromes respiratórias, especialmente a influenza, a forma mais eficaz de prevenção é a vacina, liberada para toda população com idade a partir dos 6 meses. E todas as UBSs de Londrina dispõem de dose da vacina contra a gripe. No entanto, desde o início da campanha, em 4 de abril, a cidade registrou a aplicação de 120.255 doses.
A cobertura da vacinação entre os grupos prioritários, cuja meta é de 90%, está em 42%, sendo 49,25% em idosos, 22,77% em gestantes e apenas 21,10% em crianças de seis meses a menores de seis anos. Esses três grupos prioritários são os mais suscetíveis a desenvolver complicações graves por influenza.
Conforme o Plano de Contingenciamento, a Prefeitura intensificará as ações de vacinação fora das UBSs, como as que já foram realizadas em drive-thru, na Feira da Saul Elkind, estádio de futebol e escolas municipais. “Para quem não tomou vacina, fica o meu chamado. Recebi a saúde com 21% de cobertura e chegamos a mais de 40%. Quero agradecer muito a você que já tomou a sua vacina, mas para você que não tomou, fica o meu apelo. Temos vacina de graça em todas as UBS. Leito e atendimento, estamos lutando para isso, mas você pode ficar grave e pode não ter um leito de UTI disponível. Então, peço: tome a sua vacina”, frisou a secretária de Saúde.
Com Ncom